Nosso trabalho artístico evoca uma interseção entre o progresso e o colapso, a indústria e a ruína, o triunfo e a melancolia. Reflexões sobre ciclos temporais, vida efêmera e morte permeiam nossas obras, enquanto questionamos: será possível alcançar harmonia entre o ser humano e a natureza? Transformar resíduos em arte é central para nossa prática artística, representando uma revalorização dos descartes humanos e ecoando a sucessão cíclica da natureza. As obras, elaboradas com materiais cuidadosamente escolhidos, contam histórias e simbolismos que entrelaçam objetos descartados e elementos naturais. Esses materiais carregam consigo narrativas poéticas que provocam reflexões sobre a passagem do tempo e a transitoriedade da vida, desde a exploração da natureza até questões relacionadas ao trabalho e ao consumo. Elas manifestam uma dualidade entre o inorgânico e o orgânico, apresentando múltiplas perspectivas sobre a mesma essência e verdade, além dos inevitáveis processos de corrosão, decomposição e renovação. Assim, surge a exposição “Cretto”, fruto da colaboração entre a artista visual Rachel Guedes e o engenheiro Vinicius Faldoni. Essa estreia expositiva inclui pinturas abstratas, obras feitas com cimento e instalações, objetos e multimídia, e está imersa em um contexto no qual as relações são interconectadas e a logística é integrada e reversa, em um mundo onde existe apenas um planeta Terra. O nome da exposição, presta homenagem ao artista polimaterialista Alberto Burri, cujo legado ecoa em nossas criações.